18 de junho de 2025

Irving Thalberg: O Menino de Ouro da MGM e a Era de Ouro de Hollywood

Explore a trajetória de Irving Thalberg, o “Menino de Ouro” que moldou a MGM e foi essencial na Era de Ouro de Hollywood. Conheça seu legado e impacto.

irving berling

Irving ficou conhecido como O Garoto de Ouro de Hollywood. Graças ao seu poder de empreendimento, a MGM se transformou na empresa com mais astros do que o céu. Relembre sua curta trajetória.

Irving Thalberg Grant nasceu em 30 de maio de 1899 no Brooklyn, em Nova York. Desde o nascimento sofria com uma doença cardíaca congênita e os médicos disseram que ele não chegaria aos 30 anos. Após terminar os estudos, ele trabalhou como balconista e depois como secretário de Carl Laemmle no escritório da Universal. Mais tarde, ele chegou a supervisor de produção. Salário: 25 dólares semanais. O primeiro filme que produziu foi O Corcunda de Notre Dame. Ele nunca se deu bem com Erich Von Stroheim, o que acabou causando sua demissão. Na Universal, ele supervisionou mais de cem filmes.

Como vingança, quando estava na MGM, Thalberg também causou a demissão e posterior ostracismo de Stroheim. L.B. Mayer o convidou para ser vice-presidente da MGM, que estava apenas começando. E foi o início realmente de tudo. Tornou-se chefe de produção em 1925, quando tinha apenas vinte e seis anos. Após três anos, a MGM se tornou um dos mais bem-sucedidos estúdios de Hollywood. Thalberg parecia ter o dom de escolher os melhores roteiros e descobrir astros como Clark Gable, Joan Crawford, Norma Shearer, Greta Garbo, Lillian Gish e Os Irmãos Marx.

Clark Gable, Maria Langham, Norma Sherar e Irving Thalberg

Foi ele o responsável também por particionar os estúdios em unidades diferentes, uma forma de separar os grupos de diretores, produtores e atores. Seu primeiro triunfo na MGM foi “The Big Parade” (1925). Depois disso, ele fez questão de supervisionar TODAS as produções. Com tanta responsabilidade, seu salário foi dobrando, dobrando, dobrando, até um ponto em que o próprio Mayer tirava parte de seus lucros para dar ao jovem. A relação dos dois se tornou de amor e ódio. Apesar de tantos filmes, seu nome só apareceu em dois: “Good Earth” (numa homenagem póstuma) e “Goodbye Mr. Chips” (filme que não teve tempo de terminar de produzir).

Thalberg não concordava em fazer filmes no exterior, porque ele não podia supervisionar pessoalmente os custos de produção e de controle. Ele também manteve um padrão de qualidade nos cenários, que eram bem realistas.

Em 1930, os filmes começaram a falhar nas bilheterias, em parte por causa da Grande Depressão de 29. Thalberg começou então a usar duas estrelas em um filme, em vez de uma só, como era tradição até então. Assim, juntou Greta Garbo com John Gilbert e Jean Harlow com Clark Gable. Também lançou produções multiestrelas como Grande Hotel, que tinha Garbo, Joan Crawford, John Barrymore e outros grandes. O filme acabou ganhando o Oscar de Melhor Filme de 1932.

Além de melhorar a qualidade das produções da MGM, novos astros foram trazidos para a empresa. Dentre os atores e atrizes que ele trouxe ao sucesso estão Lon Chaney, Ramon Navarro, John Gilbert, Joan Crawford, Clark Gable, Helen Hayes, Jean Harlow, Marie Dressler, Wallace Beery, John Barrymore, Lionel Barrymore, Luise Rainer e Greta Garbo. Louise Rainer, sob sua supervisão, se tornou a primeira atriz a ganhar dois prêmios consecutivos da Academia.

Mayer tinha muito medo que Thalberg se envolvesse com sua filha, já que ele era um rapaz muito interessante, porém com pouco tempo de vida pela frente. O produtor já tinha se envolvido com a filha do dono da Universal. Em 1927, casou-se com a atriz Norma Shearer, com quem teve dois filhos: Irving Jr. e Katherine. Ele, mais do que ninguém, promoveu a carreira dela, transformando-a numa grande estrela. Ela pensou em abandonar a carreira, porém ele insistiu que ela continuasse. Norma iria se casar após a morte de Thalberg e em 1942 finalmente abandonou a carreira de atriz.

>Ele tinha 37 anos quando, de férias em Monterey, pegou um resfriado que evoluiu para uma pneumonia. Com o coração fraco, foi a óbito enquanto dormia. O mundo do cinema ficou de luto e abalado. O jovem produtor serviu de inspiração para o livro inacabado de Scott Fitzgerald, O Último Magnata. Em 1976, o livro viraria um filme dirigido por Elia Kazan.

Durante seu reinado na MGM até sua morte foram 12 anos e mais de quatrocentos filmes, dos quais a maioria levava a marca de suas inovações. Após sua morte, os produtores de Hollywood declararam ele ser a figura mais importante na história do cinema. Em sua homenagem, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas criou em 1937 o prêmio Irving G. Thalberg, destinado a “produtores criativos, cujo trabalho reflita alta qualidade na produção cinematográfica, comparável ao daquele que lhe dá nome”.

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