O Filme Perdido de Jerry Lewis: Segredos de The Day the Clown Cried
Conheça a polêmica história por trás de “The Day the Clown Cried”, o filme de Jerry Lewis sobre o Holocausto que jamais foi lançado.

Em 1972, Jerry Lewis decidiu realizar “The Day the Clown Cried”. Lewis desempenharia o papel do palhaço designado a levar crianças para a morte.
O enredo se passa na Segunda Guerra Mundial. Demitido de um circo, Helmut Doork, o palhaço, vai a um bar local e ridiculariza Hitler na frente de alguns oficiais da Gestapo. Depois disso, ele é detido e mandado para um campo de concentração como prisioneiro político. Com o tempo, judeus são levados para o acampamento e isolados de outros prisioneiros. Helmut é designado para “executar” os outros, e se sente muito mal por isso. Ele se veste de palhaço novamente e começa a se apresentar regularmente para o público de jovens judeus. Vendo que ele faz sucesso, os nazistas resolvem usá-lo para levar as crianças para as câmaras de gás.
O filme foi baseado na história de Joan O’Brien e Charles Denton, e produzido por Nathan Wachsberger. Jerry Lewis dirigiu e recebeu apoio financeiro da Europa Studios. Em 1972, ele visitou as ruínas dos campos de concentração de Auschwitz e Dachau e fez algumas filmagens, que se seguiram pela França e Suécia. Porém, os problemas estavam começando. O dinheiro acabou antes do final da produção e Jerry colocou dinheiro de seu próprio bolso. Mesmo assim, não conseguiu chegar a um acordo que permitisse o lançamento do filme. Todos os negativos foram guardados.
Em 2013, Jerry Lewis falou sobre o filme em um evento em Los Angeles. Ao ser questionado se nunca seria lançado, Lewis respondeu negativamente e explicou a razão: “Em termos de filme, eu fiquei envergonhado de tê-lo feito. Fiquei com vergonha do trabalho e fico contente que ninguém tenha visto. Ele é muito ruim.”
E assim ele permanece guardado até hoje. O filme era um grande risco para Jerry Lewis, que sempre foi conhecido por suas comédias como “O Professor Aloprado”, dentre outras. Um roteiro que sugeria comicidade ao Holocausto era algo que provocaria escândalo em 1972. Esta pode ter sido a principal razão para Lewis encerrar esse assunto. Em 1997, Roberto Benigni lançaria “A Vida é Bela”, com um roteiro que tem algumas coisas parecidas com o de Lewis.
Existe um documentário curto sobre o filme, que mostra alguns momentos das filmagens. Aqui, Lewis é visto como um mestre de cerimônias em uma breve cena do circo.