22 de maio de 2025

Charles Boyer: A Tragédia Pessoal por Trás do Ícone de Hollywood

Além do charme e talento: conheça a tragédia pessoal que levou ao falecimento de Charles Boyer, um dos grandes nomes de Hollywood. Uma análise sobre sua vida e seu legado cinematográfico.

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Charles Boyer deixou sua marca registrada nos filmes em que atuou, tanto na Europa quanto na América. Era tímido durante a infância, traço que carregaria durante toda a sua vida. Mas desde cedo mostrou-se empolgado em atuar em pequenas peças. Dedicando-se ao teatro, deixou sua casa em Figeac e mudou-se para Paris, onde terminou seus estudos. Em 1920, o futuro ator começou a trabalhar sua aparência, dando-lhe um ar de romantismo que era aprofundado com sua voz grave e, ao mesmo tempo, doce. Foi o suficiente para que começasse a chamar a atenção de diretores e colegas. Após algumas incursões no cinema mudo, resolveu se mudar para os Estados Unidos.

Boyer em seu primeiro filme, o mudo L’homme du large, de 1920

Boyer logo se adaptou à vida na América e começou a atuar em alguns filmes mudos. Ele seria um dos atores que não sofreriam com a passagem do cinema mudo para o falado, já que tinha uma voz potente e profunda. Isso o transformou imediatamente em uma estrela romântica. Paralelamente aos filmes nos Estados Unidos, ele também fez alguns filmes na Europa.

O francês não era perfeito, contudo. Logo cedo se tornou calvo, disfarçando com o uso de perucas. Ele também não era alto e tinha uma pronunciada barriga que disfarçava com uma cinta. Mas, segundo Ingrid Bergman, era um gentleman e um dos atores com quem mais gostou de atuar. O ator recebeu quatro indicações ao Oscar (Conquest, Argel, Gaslight e Fanny) e, em 1943, ele recebeu um Oscar honorário por sua participação nos filmes.

Um Homem de Teatro

Na década de 1940, ele dedicou-se a produções de rádio. Em 1947, ele deu voz ao personagem Daniel Gregg de The Ghost and Mrs. Muir, personagem interpretado no filme homônimo por Rex Harrison. A partir da década de 50, estrelou algumas adaptações para a TV como There Shall Be No Night, de Robert E. Sherwood. Também nessa década dedicou-se ao teatro, estreando em 1951 na Broadway com Don Juan in Hell, ganhando o Tony Award especial. Mais tarde, atuou também nos palcos de Nova York e Londres.

Um Gentleman apaixonado

Entre as colegas de trabalho, Charles era conhecido por seu profissionalismo. O ator contracenou com grandes atrizes na vida, como Bette Davis, Hedy Lamarr, Ingrid Bergman e Irene Dunne, e sempre conseguia roubar a cena. Ele passava credibilidade em seus personagens, quando fazia vilões ou personagens românticos.

Com a esposa Pat

Boyer era constantemente escalado para fazer franceses românticos. Ele próprio era um grande romântico. Conheceu sua esposa Pat Paterson em uma festa em Hollywood, casando-se pouco tempo depois. Ele, que sempre foi discreto em sua vida particular, dedicou-se devotadamente ao casamento com Pat. Juntos tiveram um filho, Michael, que se suicidou. Quando Paterson ficou doente em 1978, Boyer escondeu a gravidade da doença para ela e optou por fazer o resto da vida que lhe restasse alegre e bonita. Após a morte da esposa, ele tirou a própria vida, incapaz de viver sem ela.

Com Pat

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