Lupe Vélez: O conto trágico de uma Morte Anunciada

Lupe gostava de estar em evidência e apaixonada. Em uma entrevista chegou a dizer: “Eu flerto com todos do filme. Porque não? Qual o mal em flertar? Não, eu não beijo muitos homens, mas quando beijo, eles adoram.” Seu próximo amor foi Johnny Weissmüller, que se tornou famoso por seu personagem Tarzan.
Os dois se casariam em 1933, e a tormentosa união durou até 1938.

Um dos fatores que fizeram com que a relação não desse certo foi o fato de Weissmüller não gostar muito das festas que Lupe participava. Segundo o livro Hollywood Babylon, a atriz participava desses saraus de maneira provocante, quase sem roupas íntimas (das quais dizia-se alérgica) e em uma dessas festas um incomodado Johnny jogou comida em cima das partes íntimas de Lupe em uma mesa. As brigas eram constantes, e era possível ver as marcas roxas que o ator colecionava nos ombros, pescoço e costas. O maquiador da MGM esforçava-se para ocultar as marcas. Apos o divorcio, os romances de Lupe eram breves e indistintos, desde cowboys, atores de segunda linha ou profissionais do cinema.

Embora Lupe fosse uma atriz popular na RKO, seu contrato não foi renovado em 1934 e ela teve que se submeter a alguns filmes B. Também passou um tempo na Europa e se decepcionava cada vez mais com a carreira, voltando a Hollywood em 1937. Na RKO ela realizaria ainda “The girl from Mexico”, que conseguiu relativo sucesso e rejuvenesceu sua carreira.

Trágico Final

Lupe Velez se tornou amplamente conhecida após a divulgação de sua morte cinematográfica aos 36 anos, após uma overdose de barbitúricos em 1944.A história oficial conta que após várias decepções no campo emocional e financeiro, a atriz entrou em colapso. Grávida e abandonada por Harald Ramond, e repleta de dívidas, encontrou no suicídio a única saída para suas dores.

Lupe planejou sua última noite nos mínimos detalhes. Durante um jantar magnífico na companhia de alguns amigos queridos ela chegou a falar sobre seus problemas e que estava cansada de tudo. Após a ceia, ela teria se dirigido ao seu quarto, que estava coberto de flores, e repousando sobre sua cama, tomou uma forte dose de seconal, sendo encontrada horas depois em seu leito.

No dia seguinte, o Examiner divulgava em suas folhas: “Lupe nunca pareceu tao linda, estava deitada como se estivesse dormindo, e tinha um leve sorriso nos lábios, como se ele nutrisse sonhos secretos.”. Algumas fotos sugerem que ela estava finamente vestida e com uma guirlanda de flores na cabeça.

As fotos teriam sido foi descobertas nos arquivos privados de um detetive respeitado de Los Angeles, juntas com outros documentos que descreviam a cena do suicídio. Clark Fogg, do Departamento de polícia Senior e os especialistas de análise facial estão 100% convencidos de que é uma foto real. No verso dela está escrito o nome da atriz à mão e na frente o número 4. Esse era um padrão usado na época, usado para marcar notas feitas em outro local.

O livro Hollywood Babylon, escrito em 1965, ajudou a espalhar outra história sobre aqueles que teriam sido seus momentos finais. Contrariando seu desejo de morrer de forma serena e diva, a musa teria passado mal devido à mistura da droga com a forte comida mexicana que teria comido. Encaminhando-se para o banheiro, deixou para trás um rastro de vômito que teria sujado o chão até o vaso sanitário, onde foi encontrada por sua empregada Juanita, por volta das nove horas da manhã.

Em um novo livro publicado sobre a atriz, (The Life and Career of Hollywood’s “Mexican Spitfire”), a autora Michelle Vogel afirma que a atriz realmente faleceu em sua cama. Segundo Vogel, o chefe do Departamento de polícia de Beverly Hills foi o primeiro a chegar na cena da morte, encontrando-a em sua cama. Anderson também pensava que ela teria calculado errado a quantidade de veneno utilizado, e que tencionava na verdade chamar a atenção de seu ex-amante. Segundo ele, é irrefutável a tese de que ela teria se levantado da cama após tomar 75 doses de seconal, isto não possibilitava nenhuma mobilidade.

Vogel também fala sobre o relacionamento da atriz com Ramond, que Angel trata em seu livro como um gigolô. “Ele não era gigolô, mas sim um ex-estudante de medicina. Eles se conheciam há mais de um ano e estavam juntos a pelo menos seis meses. É evidente que houve uma falha de comunicação entre o casal, já que após a morte dela ele se pronunciou dizendo que não haveria dificuldades em fazê-la sua esposa”. Se havia sinceridade ou não dele, jamais saberemos, mas ele estava presente em seu funeral.

A morte de Lupe teria sido uma difícil combinação de um desequilíbrio, ocasionado pelo início da gravidez com problemas que acompanharam a atriz durante toda a sua trágica vida, como a bipolaridade. Triste fim para uma das mulheres mais belas e à frente do seu tempo.

Fontes:
http://unaserenataparalupe.blogspot.com.br/2012/07/las-edades-de-lupe.html
http://misslindsaylane.blogspot.com.br/2014/01/the-tragic-life-of-mexican-spitfire.html
http://web.mit.edu/21fms/People/henry3/lupe.html

New Book on Lupe Velez Debunks the Myths of “Hollywood Babylon”

http://www.breitbart.com/big-hollywood/2009/12/07/lupe-velez-when-shame-abortion-and-suicide-collide/
https://thehairpin.com/scandals-of-classic-hollywood-that-divine-gary-cooper-b5d2a547de86#.neqts71by
ANGER, Kenneth: Hollywood Babylon
VOGEL, Michelle: The Life and Career of Hollywood’s “Mexican Spitfire