Como Jerry Lewis Fundou o Telethon e Mudou a História das Doações nos EUA
Descubra como Jerry Lewis ajudou a criar o Telethon, transformando campanhas de caridade na TV. Conheça sua história inspiradora e impacto global.
Em 1966, Jerry Lewis , um dos maiores nomes do entretenimento americano, criou a Jerry Lewis MDAA Telethon Labor Day , uma maratona televisiva realizada no Dia do Trabalho nos Estados Unidos. Todo o dinheiro arrecadado seria destinado à Associação de Distrofia Muscular (MDAA) , uma causa que ele abraçou desde os anos 50.
Jerry Lewis fez seu primeiro show em benefício das Associações de Distrofia Muscular da América em 1952, após um apelo de um membro da equipe que trabalhou com ele no The Colgate Comedy . O ator iria sediar vários shows beneficentes em Nova York, ao lado de Dean Martin, promovendo a luta contra a distrofia muscular. O sucesso desses eventos convenceu o ator de que uma maratona televisiva poderia arrecadar ainda mais fundos para a causa.
Em meados da década de 60, os organizadores escolheram o Dia do Trabalho para ser a data anual da transmissão, pois esse era o único período em que podiam encontrar as pessoas em casa. Alguns argumentaram que seria um fracasso, já que muitos viajavam nesse período, mas Jerry Lewis não desistiu.
O primeiro Jerry Lewis MDAA Labor Day Telethon foi realizado em 4 de setembro de 1966, sendo apresentado do Nova York American Hotel. Provando que os céticos estavam errados, o evento foi tão bem-sucedido que Lewis teve que subir ao palco sete vezes para mudar os números anunciados devido às doações crescentes.
Ano a ano, a transmissão foi aumentando até alcançar todo o país. Em 1973, já eram 150 estações retransmitindo o programa, com doações ultrapassando 10 milhões de dólares . Em 1976, houve um acontecimento histórico durante a apresentação: o reencontro entre Jerry Lewis e seu parceiro de palco Dean Martin, após 20 anos de separação. O encontro foi arranjado por Frank Sinatra, amigo de ambos e um frequentador assíduo do Teleton.
Em 2010, anunciou-se que a maratona do ano seguinte duraria apenas seis horas, ao invés de 21, como acontecera nos anos anteriores, e que não contaria mais com Jerry Lewis, que, a partir da década de 80, aparecia cada vez menos devido a problemas de saúde. Em 2011, o Teleton prestou uma homenagem ao ator com um vídeo mostrando sua trajetória nas maratonas passadas. Jerry pediu demissão de seu posto como presidente nacional da MDA, e a maratona continuou sem ele.
A partir dos anos seguintes, não houve mais nenhuma menção ao ator durante as maratonas, e o tempo foi sendo reduzido até três horas, transformando-se em um show beneficente. Jerry nunca falou sobre o que aconteceu em sua saída — se houve desentendimento ou mágoa — e, quando perguntado, sempre se esquivou do assunto. No entanto, Richard Belzer, comediante que tinha uma boa relação com o ator, disse certa vez que ele se magoou com a forma como as coisas se desenrolaram. Ele não queria que o programa fosse gravado nem que tivesse seu formato e comprimento alterados. O ator teria entendido isso como um insulto e um pedido implícito para que ele se retirasse.
Em 2015, a MDA anunciou que, após 49 anos de funcionamento, a maratona chegava ao fim, com a associação se dedicando a novas formas de aumentar o apoio à sua missão. No entanto, o formato permanece sendo apresentado em vários locais do mundo, incluindo o Brasil.
Por sua iniciativa humanitária, Jerry Lewis foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1977. Em 2009 ele ganhou um Oscar humanitário.