21 de maio de 2025

Edna Purviance: O Primeiro Grande Amor e Musa de Charles Chaplin

Edna Purviance foi mais do que uma parceira de tela para Charles Chaplin: ela foi seu grande amor e inspiração em alguns dos filmes mais icônicos da era do cinema mudo. Descubra essa história fascinante!

edna purviance

Charles Chaplin e Edna Purviance conheceram-se por acaso. Ela namorava um rapaz que trabalhava na equipe dele e fora se encontrar com ele. Chaplin a viu e a convidou para um teste de câmera. Edna admitiu que não era atriz, mas sim secretária. Mesmo assim, topou. Iniciava-se ali uma grande amizade, que se transformaria em um namoro duradouro de oito anos . O namorado? Bem, este acabou sendo deixado para trás.

Edna era a parceira ideal porque fazia exatamente o que Chaplin precisava em uma atriz: executava o que ele pedia, da forma como ele mandava. E, como pessoa, era doce, parceira. Ela mudou os velhos hábitos dele, fez com que ele comprasse meias novas (ele, com suas manias de pobre, ainda costurava suas velhas meias) e também trocasse as roupas surradas. Além disso, ela era responsável pela vasta correspondência do ator.

Os dois eram vistos por todos os lugares, jantavam e dormiam juntos quase todas as vezes. Edna também teria feito inúmeros abortos de Chaplin, segundo Joyce Milton, o que teria deixado ela doente em várias ocasiões, atrasando algumas filmagens.

Com o tempo, e as escapadas de Chaplin, o relacionamento foi se desgastando e Edna ficando cada vez mais amargurada. Tentou de tudo para chamar a atenção de Chaplin. Criou o hábito de fingir desmaios em festas, e ele corria para acudi-la. Só que, em uma dessas festas, ao chegar para socorrer sua amada, Chaplin deparou-se com outro homem a socorrer sua ex-parceira . Era o fim de um romance. Os dois terminavam oficialmente o namoro ali. Mas continuariam a se encontrar.

Mesmo com o casamento com Mildred Harris e Lita Grey, Chaplin e Edna davam suas escapadinhas ocasionalmente, mas o tempo tratou de ir afastando-os. Os dois só iriam se encontrar novamente vinte anos depois , quando ele a chamou para integrar a equipe do filme Monsieur Verdoux .

Ele a queria no papel de Madame Grosnay. Segundo o próprio Chaplin, em sua autobiografia, ele tinha medo do reencontro. Quando finalmente chegou a hora, ela falou-lhe que já não era a mesma. Edna engordara muito, e Chaplin foi educado, chegando a elogiá-la, mas viu seus lábios tremerem. Disse que era natural os dois envelhecerem e não serem mais os mesmos.

— Ora, viva! Afinal, chegou o dia do reencontro! — disse Chaplin.

Mas, infelizmente, Edna não aceitou o papel. Ficou nervosa. Achava-se incapaz de retornar às telas. Quanto à sua vida pessoal, Edna casou-se e divertia-se juntando recortes de jornais falando de Chaplin, além de revistas, e escreveu-lhe cartas, que ele reproduziu em seu livro. Com relação a Chaplin, ele continuou a pagar-lhe o ordenado até o fim dos dias da atriz, em 11 de janeiro de 1958. Foram para ela algumas das últimas frases do livro, quando soube de sua morte:

“É assim que o mundo se renova. Os moços vão ocupando o lugar dos velhos. E os que, como eu, têm vivido um pouco mais sentem dia a dia crescer a solidão, à medida que avançam no caminho da existência.”

Fontes:
Chaplin uma Biografia Definitiva, de David Robinson
História da Minha Vida, de Charles Chaplin
Chaplin, o Contraditório Vagabundo, de Joyce Milton

 

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