23 de maio de 2025

A História de Michael J. Fox: Superação e Resiliência no Cinema e na Vida

Conheça a história inspiradora de Michael J. Fox, que superou desafios pessoais e continuou a encantar o mundo com sua força e determinação.

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Michael sonhava em crescer e se tornar escritor, jogador de hóquei ou astro do rock. Filho de um militar, que o incentivava a ter uma profissão comum, Michael quase não ia às aulas, mas não faltava a um teste de teatro ou TV. Sua aparência infantil era um obstáculo, pois ele parecia mais novo do que realmente era, e era difícil obter papéis de pessoas mais velhas.

Mas foi justamente por ser pequeno que ele conseguiu o papel de um garoto de 10 anos na série The Beachcombers (1973). “Queriam um garoto de 10 esperto, e aos 15 eu fui o garoto mais esperto que eles já viram”, disse o ator anos mais tarde. A série canadense seria arquivada e mostrada apenas alguns anos mais tarde, sem grande sucesso.

Mesmo duvidando que Michael pudesse ter sucesso, seu pai o levou a Hollywood, onde o garoto encontrou um agente. Foram tempos difíceis, e ele chegou a se vender como algo econômico. Explica-se: por ter aparência de jovem, Michael dizia que ele poderia interpretar papéis de garotos sem a necessidade do estúdio contratar tutores ou pessoas para acompanhá-lo. Esperto, mas sem sucesso.

Sem dinheiro, testes ou parentes famosos, passou por dificuldades financeiras. Não tinha perfil de ator principal, mas não estava disposto a desistir. E após alguns testes, conseguiu o papel de Alex Keaton, filho de um casal de hippies na série Family Ties (1982 – 1989). Isso depois que Matthew Broderick desistiu de interpretá-lo. Uma curiosidade é que Michael estava tão sem dinheiro nessa época que nem telefone tinha, e os produtores tiveram que esperar um dia até que o jovem aparecesse para anunciar que havia sido o escolhido.

Foram necessárias duas temporadas para que Alex Keaton se tornasse o protagonista da série. Simpático, adorável e ao mesmo tempo arrogante e imprevisível, o personagem cativou o público, e Michael acabou conseguindo com ele três Emmys. Para alguém que poucos anos antes vendia o almoço para comprar a janta, o sucesso era retumbante . Fox queria aproveitar o sucesso da série para brilhar também no cinema. Durante um intervalo na série, realizou as filmagens de O Garoto do Futuro (1985).

Michael e Tracy

Spielberg ficou de olho no ator e decidiu que queria ele no elenco de seu novo filme: De Volta para o Futuro . Com medo de que o jovem ator abandonasse a série, os produtores não quiseram liberá-lo de cara, mas depois de algum tempo concordaram, desde que as filmagens não atrapalhassem a série. Quem sofreu foi Michael, que trabalhava na série durante 8 horas ao dia e, durante a noite, realizava as filmagens de De Volta para o Futuro . Estafa e muito cansaço depois, veio o lucro. O filme se tornou o grande sucesso de 1985, tendo a maior arrecadação e público, e ganhou duas continuações.

Apenas um mês depois, O Garoto do Futuro (1985) foi lançado, e o improvável aconteceu: devido ao nome de Fox, o filme de baixo orçamento tornou-se um sucesso. Tornava-se claro que ele vendia, e em meados dos anos 80 seu rosto estava em toda parte.

O espantoso sucesso preocupou toda a equipe de Caras e Caretas . Começaram rumores de que ele abandonaria a série, e, em uma demonstração de lealdade, ele prometeu ficar na série até o final. Em 1989, depois de 7 temporadas, finalmente chegava ao fim, e o ator podia se dedicar ao cinema. O ator seguiu a carreira, embora agora sem o mesmo sucesso de antes.

Com o tempo, Fox tornou-se viciado em álcool, mas com a ajuda de sua esposa, Tracy, conseguiu vencer o vício. Enquanto filmava Doutor Hollywood (1990), sentiu os primeiros sintomas da doença que mudaria sua vida: o dedo mínimo começou a tremer, e ele pensou ter se machucado. Após alguns exames, veio o diagnóstico: tratava-se de Mal de Parkinson , doença que raramente atinge jovens e o atingira com menos de 30 anos!

Michael não estava preparado para o que viria, embora lesse sobre o assunto, e decidiu ocultar a doença. Em 1996, voltou à TV na série de sucesso Spin City . Nessa época, chegou a se submeter a uma cirurgia cerebral, cujos efeitos colaterais incluíam paralisia ou coma. Após a cirurgia, que diminuiu os efeitos da doença em seu organismo, ele resolveu abrir o jogo e contar sua luta de sete anos.

Após quatro temporadas, sem conseguir seguir o ritmo exigido, ele anunciou sua retirada da série para se dedicar à família e ao Instituto que criara. Com a mesma força que o levou a se transformar em um astro, Michael, com 40 anos, se esforçava para encontrar a cura do Mal de Parkinson. Sua luta às vezes gera controvérsia quando ele se colocou à frente do debate sobre células-tronco. Noutra vez, chegou a ser criticado por um deputado, que achou que ele exagerava nos sintomas de sua doença.

Apesar dos limites físicos, Michael ainda chama a doença de uma dádiva que alterou sua vida:
Não quero dar uma de Poliana. É uma droga, é um saco, e uma das piores partes é a solidão. Mas quando encontramos uma pessoa assim na rua e olhamos para ela, nem é preciso conversar, é tipo: sei como você se sente… Mas o que eu quero fazer é olhar para alguém com Mal de Parkinson e dizer: sei como é, e estou fazendo algo para acabar com isso.”

Atualmente, o ator tem feito algumas participações em séries e dedica-se sobretudo à sua Instituição Michael J. Fox , que financia estudos sobre a cura do Mal de Parkinson.

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